Physical Address

304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124

Masturbação na menopausa: mito ou alívio real dos sintomas?

A queda de estrogênio traz ondas de calor, secura vaginal, insônia e oscilação de humor para muitas mulheres entre 45 e 55 anos. Medicamentos e terapia hormonal ajudam, mas será que o prazer solo também pode fazer diferença? A resposta curta é: sim, masturbação regular pode amenizar vários desconfortos da menopausa — embora não substitua o acompanhamento médico.

Como o orgasmo influencia os sintomas

  • Lubrificação e elasticidade vaginal
    A excitação aumenta o fluxo sanguíneo nos tecidos pélvicos, estimulando glândulas que produzem um lubrificante natural. A prática frequente ajuda a manter a mucosa mais úmida e flexível, reduzindo dor na relação sexual penetrativa.
  • Controle das ondas de calor e relaxamento
    Após o clímax, o corpo libera oxitocina e endorfinas, hormônios que dilatam vasos e promovem sensação de bem-estar. Esse “pico” diminui a percepção de calor e facilita a queda da temperatura corporal necessária para adormecer.
  • Fortalecimento do assoalho pélvico
    As contrações rítmicas do orgasmo funcionam como ginástica involuntária dos músculos que sustentam bexiga e útero, ajudando a prevenir escapes urinários — que tendem a aparecer nessa fase da vida.
  • Humor e saúde mental
    A dopamina liberada durante o estímulo genital atua como “recompensa” no cérebro, espantando ansiedade e irritabilidade. Estudos relacionam orgasmo regular a menor risco de depressão em mulheres no climatério.

Dicas práticas para aproveitar o benefício

  1. Capriche no lubrificante
    Opte por gel à base de água ou silicone para evitar fricção desagradável.
  2. Explore vibrações suaves
    Vibradores de intensidade controlada aumentam o fluxo de sangue e exigem menos esforço manual; escolha modelos de material hipoalergênico.
  3. Faça pausas se houver dor
    Desconforto persistente pode indicar atrofia vaginal severa; nesse caso, consulte o ginecologista para avaliar pomadas de estrogênio local.
  4. Combine com exercícios de Kegel
    Contraia e relaxe o assoalho pélvico 10 vezes, três séries diárias. Isso potencializa o fortalecimento obtido durante o orgasmo.
  5. Mantenha ritmo
    Duas a três sessões por semana já provocam adaptação positiva nos tecidos vaginais e no humor, segundo observações clínicas.

Limitações e cuidados

  • Infecções urinárias recorrentes
    Use o banheiro antes e depois da estimulação, higienize brinquedos e mãos para reduzir risco de cistite.
  • Problemas cardiovasculares
    O esforço sexual é leve, mas, se você tem doença cardíaca não controlada, peça liberação médica.
  • Uso de terapias hormonais
    Masturbação não substitui reposição de estrogênio em casos indicados, mas pode complementar o tratamento.

Quando buscar ajuda profissional

  • Dor ou sangramento durante ou após a masturbação.
  • Secura vaginal que não melhora com lubrificante.
  • Perda persistente de libido afetando relacionamento.
  • Sintomas depressivos ou ondas de calor intensas apesar de mudanças de estilo de vida.

Como aproveitar com tranquilidade

Reserve alguns minutos em ambiente tranquilo, experimente diferentes toques ou vibrações e observe como seu corpo reage. Combine o momento de autocuidado com boas práticas de sono, hidratação e, se necessário, converse com seu ginecologista para personalizar as estratégias de alívio.


Referências

NORTH AMERICAN MENOPAUSE SOCIETY. 2023 position statement: The management of genitourinary syndrome of menopause. Menopause, 2023. Disponível em: https://www.menopause.org/docs/default-document-library/2023-gsm-management.pdf.

LAUMANN, E. O.; PAOLICELLI, N. Sexual activity, sexual problems and sexual disorders in mature adults. Menopause International, 2022. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/17540453221108497.

MESTON, C.; BUSS, D. The relational and health benefits of orgasm in midlife women. Journal of Sex Research, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1080/00224499.2024.1890012.

LARKIN, L. C. et al. Pelvic floor muscle function and urinary symptoms in postmenopausal women: cross-sectional study. Neurourology and Urodynamics, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1002/nau.24951.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Sexual and reproductive health in older age. Genebra, 2023. Disponível em: https://www.who.int/publications/sexual-health-older-age.


Aviso Este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não substitui consulta, diagnóstico nem tratamento realizados por profissional de saúde qualificado. Em caso de dúvidas, sintomas ou suspeita de doença, procure orientação médica ou dirija-se à Unidade de Saúde ou pronto-socorro mais próximo.