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Alergia alimentar: 8 reações de alerta e quando buscar emergência
A alergia alimentar pode ir muito além de uma simples coceira: em questão de minutos, o quadro evolui para anafilaxia — reação potencialmente fatal. Reconhecer os sinais críticos e agir sem demora é crucial, principalmente em crianças e pessoas com histórico de reações graves.
8 reações de alerta mais comuns
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Sinal crítico
Como se manifesta
Risco imediato
1
Urticária e coceira intensas
Placas vermelhas que surgem em minutos e mudam de lugar
Podem preceder anafilaxia
2
Edema de lábios, língua ou pálpebras (angioedema)
Inchaço rápido, sensação de formigamento
Pode bloquear vias aéreas
3
Chiado ou falta de ar
Respiração ruidosa, aperto no peito
Sinal de broncoespasmo grave
4
Rouquidão, tosse seca ou “nó” na garganta
Voz abafada, dificuldade para falar
Edema laríngeo iminente
5
Náuseas, vômitos ou cólicas abdominais intensas
Começam logo após ingestão do alimento
Podem evoluir para desidratação e choque
6
Diarreia aquosa súbita
Fezes líquidas, dor abdominal
Indicam liberação maciça de mediadores inflamatórios
7
Tontura, queda de pressão ou desmaio
Suor frio, fraqueza, visão turva
Hipotensão potencialmente fatal
8
Pele pálida ou arroxeada e pulso fraco
Extremidades frias, confusão
Choque anafilático instalado
Observação: quaisquer dois sintomas simultâneos, ou envolvimento respiratório/ cardiovascular isolado, configuram anafilaxia e exigem socorro imediato.
Quando buscar emergência
Acione o SAMU (192) imediatamente diante de qualquer sinal das linhas 2 a 8 ou se dois sintomas surgirem juntos.
Administre adrenalina autoinjetável (0,3 mg adultos, 0,15 mg crianças) na face externa da coxa, se disponível.
Deite a pessoa de costas, levante as pernas e afrouxe roupas apertadas, salvo se houver vômito — nesse caso, posicione de lado.
Não ofereça alimentos ou bebidas. Aguarde o resgate, mantendo observação constante. Repetir a adrenalina após 5 minutos se não houver melhora significativa.
Exames e acompanhamento
Testes cutâneos ou IgE específica identificam os alimentos gatilho.
Plano de ação por escrito deve ser elaborado pelo alergista e compartilhado com escola, familiares e cuidadores.
Revisão anual da dose de adrenalina e treinamento do paciente para uso correto do autoinjetor.
Prevenção de novos episódios
Leitura minuciosa dos rótulos; intolerância zero a “traços” em casos graves.
Comunicação clara em restaurantes — informe a alergia antes de pedir.
Pulseira de alerta médico facilita o reconhecimento em emergências.
Imunoterapia oral é opção em centros especializados para certos alimentos (ex.: amendoim), mas sempre sob supervisão médica.
Referências essenciais
National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID). Guidelines for the Diagnosis and Management of Food Allergy in the United States, 2017 update.
World Allergy Organization. Anaphylaxis Guidance 2023.
Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (SBAI). Consenso Brasileiro de Anafilaxia, 2024.
Ministério da Saúde (Brasil). Manual de Assistência em Anafilaxia, 2024.
American Academy of Allergy, Asthma & Immunology (AAAAI). Food Allergy Emergency Action Plan, 2025.
UpToDate. Clinical manifestations and diagnosis of food allergy, acesso em maio 2025.
(Conteúdo educativo; não substitui avaliação médica individual.)