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Rins em perigo: 7 pistas de insuficiência renal e quando agendar nefrologista

A insuficiência renal costuma avançar sem dor, mas deixa pistas que muita gente ignora. Identificar sete sinais precoces — de inchaço nas pernas a urina espumosa — permite pedir exames simples e iniciar tratamento antes que o rim perca função de forma irreversível.


Entenda por que os rins “falam baixo”

Os rins filtram aproximadamente 180 litros de sangue por dia, removendo toxinas e equilibrando água, eletrólitos e hormônios. Quando perdem eficiência, o corpo compensa e os sintomas aparecem tardiamente, muitas vezes só após 50 % da função já estar comprometida. Por isso, reconhecer mudanças sutis no cotidiano é essencial para ganhar tempo.


7 pistas de insuficiência renal que merecem atenção

  1. Inchaço em tornozelos, pés ou rosto
    O rim doente deixa escapar sódio e água para os tecidos, provocando edemas visíveis no final do dia ou ao acordar.
  2. Urina espumosa ou com sangue
    Proteínas ou glóbulos vermelhos que atravessam o filtro renal formam espuma persistente ou coloração rosada; qualquer alteração duradoura exige investigação.
  3. Vontade de urinar à noite ou jato fraco
    A incapacidade de concentrar a urina faz a bexiga encher de madrugada; em outros casos o volume cai, indicando obstrução ou perda severa de filtragem.
  4. Fadiga e fraqueza sem causa aparente
    A acumulação de toxinas e a menor produção de eritropoetina — hormônio que estimula hemácias — resultam em anemia, cansaço e falta de ar aos esforços.
  5. Pressão alta difícil de controlar
    Rins lesionados liberam substâncias vasoconstritoras; se o médico troca remédios e a pressão segue acima de 140 × 90 mmHg, o problema pode estar na filtragem.
  6. Coceira generalizada e pele ressecada
    Depósito de ureia e fósforo sob a pele causa prurido, principalmente à noite, junto com descamação e unhas quebradiças.
  7. Perda de apetite, náuseas ou gosto metálico
    Toxinas no sangue afetam o centro de saciedade e irritam o estômago; o hálito pode ficar com cheiro de amônia, sinal clássico de uremia.

Dica rápida: apresente estes sinais ao clínico ou nefrologista, levando anotações de quando começaram e se pioram em determinados horários.


Quando agendar consulta com um nefrologista

Critérios imediatos

  • Dois ou mais sinais acima persistem por quatro semanas.
  • Histórico familiar de doença renal, diabetes ou pressão alta.
  • Exames de rotina mostram creatinina ou ureia elevadas ou filtração glomerular < 60 ml/min.

Situações de urgência

  • Inchaço súbito e doloroso associado a falta de ar.
  • Redução drástica de diurese em 24 h.
  • Pressão arterial ≥ 180 × 120 mmHg acompanhada de dor de cabeça intensa ou visão turva.

Exames que esclarecem o diagnóstico

Laboratoriais

  • Creatinina sérica e taxa de filtração estimada (eGFR)
  • Ureia e eletrólitos (sódio, potássio)
  • Urina tipo 1 (proteína, sangue, densidade)

De imagem

  • Ultrassonografia de rins e vias urinárias: avalia tamanho, espessura cortical e obstruções.

Testes adicionais

  • Albuminúria de 24 h ou relação albumina/creatinina — detecta lesão precoce em diabéticos.
  • Hemograma e ferro sérico — rastreiam anemia relacionada à insuficiência renal.

Como proteger os rins no dia a dia

Controle de fatores de risco

  • Mantenha pressão arterial abaixo de 130 × 80 mmHg.
  • Ajuste glicemia se for diabético; alvo de HbA1c ≤ 7 %.

Alimentação inteligente

  • Reduza sal para 5 g ao dia e limite ultraprocessados.
  • Priorize frutas, verduras, grãos integrais e proteínas magras.

Hábitos saudáveis

  • Hidrate-se (2 L/dia, salvo contra-indicação médica).
  • Pratique 150 minutos de atividade física semanal.
  • Evite anti-inflamatórios de uso contínuo sem orientação médica.

Haja agora! Se você identificou uma ou mais pistas em você ou em alguém próximo, não espere os rins “reclamarem mais alto”. Marque consulta com um nefrologista ou peça ao clínico geral os exames de creatinina e urina. Atuar cedo pode adiar diálise, transplante e melhorar sua qualidade de vida.


Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças Renais Crônicas (DRC). Portal Saúde de A a Z. Brasília, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/drc. Acesso em: 4 maio 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Manual para pacientes com doença renal crônica: estágios 4 e 5. São Paulo, 2024. Disponível em: https://sbn.org.br/wp-content/uploads/2024/11/ManualProntoDRC4e5_compressed.pdf. Acesso em: 4 maio 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico – Insuficiência Renal Crônica, v. 55, n. 12, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2024/boletim-epidemiologico-volume-55-no-12.pdf. Acesso em: 4 maio 2025.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Chronic Kidney Disease: Key Facts. Genebra, 2023. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/chronic-kidney-disease. Acesso em: 4 maio 2025.

FORUMDCNTS. Aumento da Prevalência da Doença Renal Crônica desafia saúde pública. 2024. Disponível em: https://www.forumdcnts.org/post/cobertura-doenca-renal-2024. Acesso em: 4 maio 2025.


Aviso — Este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não substitui consulta, diagnóstico nem tratamento realizados por profissional de saúde qualificado. Em caso de dúvidas, sintomas ou suspeita de doença, procure orientação médica ou dirija-se à Unidade de Saúde ou pronto-socorro mais próximo. Em situações de emergência, ligue 192 (SAMU) imediatamente.